Parabéns a todos os acadêmicos, egressos, professores e demais membros da comunidade científica, da região norte do Mato Grosso, que conseguiram produzir e publicar os resultados das pesquisas realizadas. É preciso que se enalteça essa coragem e esforço de levar a cabo um trabalho grandioso, do qual, quem não participa pode duvidar das dificuldades envolvidas.
Primeiro, porque escrever um artigo é um desafio que pouquíssimos se aventuram. Requer estudo, leitura incansável e o confronto com a realidade que se apresenta contraditória. Analisar a realidade e se propor a criticá-la é para poucos.
Segundo, porque é um trabalho difícil e pouco valorizado por essa sociedade pragmática e utilitarista que apenas vê as vantagens e benefícios nas coisas que são feitas para usar. Cada vez menos, há pessoas que se entregam ao conhecimento por amor e vontade de fazer o mundo melhor. Mal sabem estas que seus esforços serão compensados. São elas que têm as melhores chances de contarem pontos em concursos, seleções de mestrados e doutorados e avançarem nas profissões e até em ganhos.
Mas, o mais importante é que são estas corajosas que estão crescendo intelectualmente, pois apenas aprendemos à medida que também nos tornamos aptos a ensinar, e apenas temos a inteligência melhorada e aumentada quando a cultivamos. Se parássemos de cultivar a nossa inteligência e ela permanecesse como está, seria bom. Já fiz uma graduação, que ótimo. Mas não funciona assim. Paramos e a mente regride. Ela foi feita para ser usada. Esquecemos o que aprendemos, e devemos aprender tudo de novo.
Terceiro, porque o processo todo é demorado. Apenas para citar o exemplo dessa última edição da Refaf. Começamos em julho e agosto com cerca de 30 artigos. Depois de cada artigo ter passado por pareceristas das devidas áreas, apenas 20 foram considerados aptos para publicação, os outros foram incentivados a continuarem e aguardarem o próximo volume. Desses 20, que passaram por pareceres, apenas 13 conseguiram fazer as correções exigidas para que o trabalho pudesse ser publicado. Depois disso, mais correções ortográficas e normativas.
Nem todos, aliás, poucos, têm tempo de conciliar trabalho, faculdade, família e ainda produção científica. Mas para quem teve a bravura e a coragem, parabéns. Que vocês possam servir de exemplo para aqueles que estão com artigos prontos ou com vontade de fazer, mas deixam-se enfraquecer pela lógica mordaz da sociedade que valoriza a aparência em vez da essência.
Leozil Ribeiro de Moraes Junior
Vice Coordenador do PIC
Perfil do 1° ano do Ensino Médio do Centro de Educação de Jovens e Adultos de Alta Floresta(CEJA) |
PDF
|
Francisco das Chagas da Conceição DAMASCENO, Jessica Alves dos Santos, Leandra Fernandes Rampazo, Roselainy Luzia Jacomini |
|